As TIC são ferramentas cada vez mais disseminadas no meio industrial e empresarial. A agricultura não foge a esta tendência e já mencionámos em artigos anteriores o recurso a veículos autónomos, sensores e sistemas de IoT.
A investigação nesta área propõe a passagem de alguns processos já em uso em meios industriais para o caso da agricultura, criando “fábricas de plantas”. Estas poderão vir a ser preferencialmente estufas – mas não obrigatoriamente – completamente automatizadas, com ambiente controlado e monitorização das culturas. O seu funcionamento é assim semelhante ao de uma fábrica automatizada e podem ser geridas através de “fábricas virtuais”, ou seja, “uma representação digital de uma fábrica real” onde é possível simular e prever todo o tipo de operações, tal como é descrito no artigo escrito por investigadores da Universidade Nova de Lisboa. A criação deste tipo de sistemas tem o apoio da União Europeia, que pretende criar um padrão internacional, através de um sistema operativo (vf-OS) e aplicações que permitam gerir todos os intervenientes no mercado. A investigação do grupo da UNL pretende alargar este tipo de soluções à agricultura.
No artigo que divulgamos, os autores apresentam o exemplo de uma cadeia de produção na área da fruticultura. Começando na colheita, que poderá ser automatizada e monitorizada, reunindo a produção de diferentes explorações numa central, a calibragem e separação dos diferentes tipos de fruta. A partir daqui entra a inovação: a possibilidade de criação de aplicações para que o comprador tenha acesso aos dados de vários fornecedores de modo a escolher facilmente onde, como e quanto comprar, emitir a encomenda e fazer a compra. O próprio transporte pode ser monitorizado até ao destino. Para todas as funções existe um tipo de aplicação que estará ligada às outras.
Os investigadores concentram-se mais no desenvolvimento de soluções de logística, no entanto a sua integração com a parte de produção agronómica e economia parece bastante intuitiva. O desenvolvimento destas tecnologias poderá levar a maior facilidade de realizar previsões de procura de um determinado produto, planeamento da sua distribuição, armazenamento, controlo de qualidade e gestão de mercados com múltiplos agentes económicos.
A equipa pretende ainda passar para a fase seguinte e testar os seus sistemas em situações reais agrícolas. Ficamos à espera de mais desenvolvimentos!
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