A água é, já sabemos, um recurso escasso e a sustentabilidade das culturas regadas exige cada vez mais uma gestão precisa deste recurso. Os sistemas de gestão de rega inteligentes, baseados em tecnologias como a IoT merecem a nossa atenção esta semana.

Cada vez mais se encontram estudos sobre a integração de sensores e armazenamento em cloud, como apoio a aplicações inteligentes à agricultura. No caso da irrigação, os parâmetros essenciais a medir no planeamento de um sistema inteligente serão o teor de água no solo, a precipitação e a evapotranspiração. Existem diversas formas de obter estes dados de forma eficiente para a plicar num modelo de rega que permita poupar água, desde imagens térmicas, índice hídrico, medição da quantidade de água no solo, entre outros. Com base nestas medições é calculada a evapotranspiração e as necessidades de rega de cada cultura.

No estudo que divulgamos esta semana, os investigadores procuraram introduzir uma componente de aprendizagem automática e previsão. Foi desenhada uma arquitectura de IoT onde uma rede de sensores no solo, combinados com dados de previsão do tempo, permitem prever a evolução do teor de água no solo. Para a evolução da transpiração e necessidades hídricas, foram integrados ainda dados de temperatura do ar, humidade relativa, temperatura do solo e radiação. Foi depois desenvolvido o algoritmo de aprendizagem automática para estimar e prever a evolução do teor de água no solo consoante as condições climatéricas.

A capacidade de prever e evolução da água no solo permite uma melhor calendarização da rega, permitindo contar com a precipitação prevista para os dias seguintes na quantidade de água a aplicar na rega no presente.

A rede de sensores e o algoritmo desenvolvido permitem então controlar automaticamente os equipamentos de rega.

Os autores do estudo observam que a inteligência deste sistema depende da capacidade de prever a humidade no solo e que esta depende da precisão dos dados de previsão do tempo. Os investigadores estão ainda a desenvolver o sistema, através de uma análise da sua capacidade para poupar água, de forma a usar este recurso de uma forma cada vez mais optimizada e adequada a cada cultura.

Saiba mais aqui.